No último mês
no Estado de Mato Grosso, ao menos 14 Municípios decretaram situação de
emergência, sendo eles: Rio Branco, Vale de São Domingos, Chapada dos
Guimarães, Confresa, Vila Rica, Santa Terezinha, Cláudia, Água Boa, Pontes e
Lacerda, Porto Esperidião, Barra do Bugres, São José do Xingu, Jauru e Campo
Novo do Parecis.
A declaração
de situação de emergência está relacionada à ocorrência de desastres. Segundo o
Glossário da Defesa Civil Nacional, desastre é o “resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre
um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e
consequentes prejuízos econômicos e sociais. A intensidade de um desastre
depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o grau de
vulnerabilidade do sistema receptor Afetado”. Os desastres podem ser
classificados como desastres naturais ou humanos.
O Brasil é um
dos países no mundo mais afetados por desastres naturais relacionados à
dinâmica externa do nosso planeta tais como inundações, escorregamentos,
vendavais, chuvas intensas entre outros. No caso de Mato Grosso, além dos
eventos da dinâmica externa, aqui na terra de Rondon ocorreu em 1955 o maior
terremoto registrado no Brasil, de 6,6 graus na escala Richter.
Os desastres
naturais estão ligados aos processos e ciclos que envolvem nosso planeta. É
fácil para qualquer pessoa compreender ciclos como os dias e as estações do
ano. Todavia, a forma como se dará cada uma das estações está relacionada a
outros fenômenos maiores, como variações das correntes marinhas (Ex. El Niño e
La Nina), ciclos solares entre muitos outros. Estes ciclos influenciam no nosso
planeta através das décadas ou séculos, e algumas destas variações são mais
complicadas para serem observadas, pois são geracionais, ou seja, você ira presenciar
um fenômeno que só ocorrerá novamente quando seu bisneto ou tataraneto tiver a
sua idade.
Os impactos
dos desastres naturais podem ser amplificados pela atuação do homem, por
exemplo, a impermeabilização de terrenos facilita alagamentos. Outras medidas
como a ocupação de áreas inapropriadas, podem resultar em grandes perdas
materiais e humanas. Por isso é necessários sempre uma política de uso e
ocupação do solo que seja construída com base em estudos técnicos adequados.
Os desastres
naturais ocorrem e continuarão a ocorrer no nosso planeta, contudo através de
medidas adequadas é possível minimizar os danos causados por esses eventos.
Toda via, negligenciar a existência dos fenômenos e dos ciclos da natureza pode
ampliar o número de vítimas e o impacto dos desastres. Em países como Japão, os
governos e a população aprenderam a lidar com as adversidades da natureza tais
como terremotos, vulcões e tsunamis.
No nosso Estado,
ano após ano, vemos diversos municípios decretarem situação de emergência. A
pergunta que cabe ser feita é: Quais a medidas preventivas estão sendo
desenvolvidas pelo estado de Mato Grosso para assegurar que o uso e ocupação do
solo estão sendo realizado de forma adequada? Será que de fato os governos tem
se preocupado em tomar medidas responsáveis relativas a esta temática? Ou será
que estão apenas de dedos cruzados esperando com que a natureza se comporte, no
ano seguinte, da mesma forma que se comportou no ano anterior?
Para concluir,
digo que o estado de Mato Grosso deve tomar algumas medidas importantes. Como o
desenvolvimento de uma política correta de uso e ocupação do solo, desenvolver
uma orientação adequada para a população em áreas de risco e equipar a defesa
civil. Dentro desta última, desenvolver um corpo técnico aos moldes de outros
estados, como Rio de Janeiro e São Paulo, pois possuem uma equipe técnica
especializada em estudos e medidas preventivas.
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