Neste artigo de opinião abordarei
um comparativo didático entre situação de desastres naturais que ocorram no
Japão, Chile e no Haiti, além de abordar alguns exemplos relacionados ao estado
de Mato Grosso, e a realidade Brasileira. Para começar o debate, coloco uma
pergunta provocativa:
Por é tão importante o estado
desenvolver políticas corretas de uso e ocupação do solo e políticas de
prevenção e mitigação de desastres naturais?
Além de evitar danos econômicos,
evitar perdas de vidas, o desenvolvimento de políticas corretas pode auxiliar
na proteção e desenvolvimento social, pois quem mais sofre e mais demora a se
recuperar de uma situação de calamidade são as pessoas de baixa renda e que
mais precisam de amparo do estado.
Em 2010 no Haiti, um terremoto
catastrófico de magnitude 7,0 graus na escala Richter abalou o país
causando a morte de ao menos 230 mil pessoas, deixando outras 300 mil feridas e
mais de 1,5 milhão de haitianos desabrigados. No mesmo ano no Chile, um
terremoto de 8.8 graus foi seguido de um tsunami que atingiu o centro e sul do país deixando mais de 500 mortos. Por fim, um terremoto de 9,0 graus de
magnitude, também seguido de um tsunami, causou a morte ou desaparecimento de
18.000 pessoas no Japão em 2011. Além das vítimas, o fenômeno causou danos
irreversíveis ao sistema de resfriamento de três reatores nucleares localizados
na cidade de Fukushima, causando um desastre radioativo.
As três situações envolvem desastres
naturais, entretanto a forma como os desastres ocorreram em cada país, e como
cada um deles conseguiu reagir à tragédia, depende muito da condição econômica
da nação, das medidas realizadas de prevenção a desastre e da capacidade de
assistência nos momentos mais críticos.
No Brasil e em Mato Grosso a
realidade não é diferente, principalmente quando se trata de inundações e
deslizamentos. Devido à ausência de estudos técnicos adequados e em virtude de
problemas graves nas políticas de usos e ocupação do solo e de habitação,
muitas moradias são construídas em áreas de risco. Na maioria dos casos, são
residências de pessoas humildes.
Embora seja comum nos períodos de
chuva assistirmos notícias - locais ou nacionais - falando de famílias que
perderam tudo em uma chuva ou um deslizamento, vemos, infelizmente, os
desastres naturais levar a construção de uma vida inteira de algumas pessoas
definitivamente por água abaixo. Da mesma forma que os países pobres demoram a
se recuperar dos desastres, as pessoas de baixa renda também possuem uma
dificuldade maior em recuperar o que perderam durante as adversidades da
natureza. Por isso, é tão importante o estado fazer seu papel de desenvolver
políticas de habitação e de uso e ocupação do solo adequadas e, fundamentalmente,
embasada em estudos técnicos.
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