Para se
compreender a diferença entre Geoparques e área protegida é preciso uma breve
apresentação de alguns conceitos como o de Geoturismo, esta vertente do turismo
de natureza destaca o valor dos objetos e dos processos geológicos que garantem
aos turistas uma cultura científica, em especial a compreensão do relevo, das
rochas, dos fósseis e de outros elementos da geodiversidade, para além da mera
apreciação estética e de outros valores culturais e naturais.
Morro dos Três Portões, Assentamento de Jangada Roncador
Esta
modalidade de turismo está estritamente ligada ao desenvolvimento local, ou
seja, as comunidades situadas na região. Por outro lado o geoturismo tem como
premissa a conservação dos geossítios e também o desenvolvimento da cultura científica
em todos os níveis educacionais tanto para os turistas como para os moradores
locais.
No geoturismo
podem-se apreciar elementos como a paisagens e as geoformas, recursos
geológicos, fósseis, rochas, minerais e solos. Para que isso ocorra é necessário
utilizar uma linguagem adequada e acessível ao público, enfatizar a relação da
geodiversidade com a biodiversidade e sociedade.
Em geral é praticado
em territórios onde se destaca o património geológico, essencialmente aquele
que revela valor estético ou forte ligação com a sociedade, com a história e
com a biodiversidade.
O
desenvolvimento do geoturismo esta relacionada à inventariação do programa de
geoturismo, a classificação e motorização, além de também relacionar estes
fatores com outros valores ecológicos, etnográficos, arqueológicos e
históricos. Associados a uma valorização da geodiversidade e do patrimônio
através de publicações, websites, mesas e outros meios de interpretação,
desenvolvimento de percursos e formação de guias especializados.
Os projetos de
geoturismo podem estar relacionados à visitação de áreas protegidas, mas podem
ser desenvolvidos em outras áreas com patrimônio geológico que constitui a base
para a atração de turistas. Em projetos de parques temáticos, por exemplo, mas podem
ser também em uma área qualquer.
O geoturismo
em geral está associado à geoparques, estes por sua vez são constituídos por
três pilares fundamentais: Geoconservação, Educação e Geoturismo. Os geoparques
são territórios com fronteiras definidas, para qual existe um plano de
desenvolvimento dirigido para a população local, sustentado na conservação,
promoção, valorização e uso desse patrimônio, bem como de outros valores
naturais, culturais e recreativos.
Uma área
protegida pode estar relacionada a um geoparque, contudo, os dois conceitos
possuem naturezas diferentes, visto que conforme citado acima os geoparque
possuem como um dos seus pilares fundamentais o envolvimento com a população
local, associando os valores da geoconservação com o dia a dia das pessoas e
com os produtos turísticos regionais. Enquanto as áreas de proteção possuem uma
relação maior com a natureza biótica, ou seja, com a preservação da
biodiversidade, os geoparques possuem um enfoque para a natureza abiótica, mais
especificamente com a preservação da geodiversidade. Cabe ressaltar que existe
uma intima ligação entre a biodiversidade de uma região e a geodiversidade
deste mesmo local. Toda via, a forma de se gerir a um geoparque e uma área
protegida é distinta e a sua própria função é diferente, mas em muitos casos
áreas protegidas fazem parte também de geoparques. A proposta do Geoparque de Chapada dos
Guimarães pode trazer um grande diferencial para o turismo da região, fomentado
o turismo rural e o geoturismo.
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