Nos últimos anos as operações de
combate a corrupção tem sido um assunto sempre presente na mídia brasileira e
nas redes sociais. Considero as operações algo muito positivo para o país, pois
devido a elas, poderemos ter mudanças profundas na forma de se fazer política
no Brasil. Mas uma coisa é certa, os julgamentos não devem ser feitos com base
em clamor popular, todo e qualquer caso deve ser analisado a partir das provas
e indícios, e a análise deve ser feita de forma séria, garantindo o amplo
direito a defesa a cada indivíduo.
Precisamos
passar o país a limpo e resgatar nossas instituições. Sei que é difícil
acreditarmos algumas vezes no judiciário, no executivo ou no legislativo, todos
os poderes passam por crise de credibilidade, mas é impossível termos uma país
que funcione sem essas instituições que são a base do estado moderno.
No
próximo dia 24/01 ocorrerá o julgamento do ex-presidente Lula, e diversos
grupos estão organizando manifestações pedindo que o presidente seja inocentado
ou condenado. A justiça é composta por várias instâncias, e em teoria, o
conjunto delas garantem um julgamento correto. Não enxergo com bons olhos movimentos
políticos tentando influenciar a decisão de um julgamento. Ou tão pouco alguns
que chegam ao cumulo de, por exemplo, pedir o fim da ficha limpa, ou a
condenação sumaria.
Se
você acredita na inocência do Lula, e se ele for de fato inocente, isso será
provado nesta ou na próxima instância, lembre-se que boa parte do Supremo foi
indicada pelo ex-presidente, e caso você duvide retidão do supremo, parte da
culpa será dele mesmo. Por outro lado, se você acredita que o julgamento feito
pelo Moro em Curitiba foi correto e está baseado em provas, então também deve
acreditar que a decisão será mantida.
As
manifestações contra ou a favor, trazem a sensação de que nosso país vive um
direito relativo, ou seja, em casos similares a condenação valeria para um e
não para outro. A afirmação dessa ideia através dos movimentos políticos com
certeza é um risco para a construção democrática do Brasil, sejam esses
movimentos de esquerda ou direita. A justiça não pode ser igual paredão do BBB,
onde cada um vota e define o destino de um cidadão com base no seu pensamento
pessoal, a justiça deve ser igual para todos e com os mesmos critérios.
Defendo a democracia e o estado de direito, e
quero acreditar que o judiciário irá fazer o seu papel de forma correta, e se
por acaso algum erro for cometido, a história tratará de demonstrar futuramente
quem estava certo ou errado.