sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Feliz ano novo

Um momento de êxtase regado à ilusão do tempo
Uma hora que se foi, um dia que passa, um mês que escapou. 
E do ano, o que sobrou?
Surge a esperança de o amanhã ser diferente
Mas nada muda sem que se transforme a mente da gente
Não deseje que o tempo corra, pois o tempo nunca volta
Não viva no amanhã, aproveite o hoje e se solta
Dias, meses e anos... no fundo, todo tempo é irreal.
O que faz do seu tempo algo banal?
Ou o que faz do seu dia algo sem igual?

domingo, 20 de novembro de 2016

O CLIMA DE CUIABÁ, A CIDADE QUE ERA VERDE

Cuiabá já foi conhecida como cidade verde, mas será que ainda pode ser chamada assim? Neste artigo abordarei um pouco sobre a importância das arvores e dos rios para o controle climático local, o chamado microclima. Para que esse tema seja discutido precisamos também conversar um pouco sobre plano diretor, cartas geotécnicas e políticas de uso e ocupação do solo.
                Pois bem, vamos começar pelas arvores! Quantas foram arrancadas nas últimas décadas em prol de uma “cidade moderna”? Com certeza muitas. O efeito dessa ação irresponsável é a piora da qualidade de vida de toda população, visto que sem as arvores temos uma cidade com um ambiente no mínimo mais quente, além dos prejuízos que ocorrem em relação à qualidade do ar e em relação infiltração de água no solo.
 A canalização de córregos também possui um efeito muito negativo no controle climático local, visto que a lâmina de água dos rios realiza troca térmica com o ar, e, desta forma, auxilia na redução da temperatura de uma microrregião.
Os exemplos de obras que reduziram o número de arvores de nossa cidade ou/e canalizaram córregos são muitos. Será que os gestores públicos não se importam com a nossa qualidade de vida? Será que querem deixar Cuiabá ainda menos verde e mais calorosa? Em época de eleição essa, com certeza, é uma pergunta pertinente.

Em minha formação como geólogo, aprendi a importância do planejamento do uso e ocupação do solo, a função de uma carta geotécnica, a importância dos estudos técnicos na definição de obras pública e a elaboração planos diretores. Esses estudos permitem as gestões públicas realizarem obras com qualidade, garantindo um desenvolvimento urbano adequado e melhore a qualidade de vida de nossa população. Se isso não for realizado, conviveremos cada vez mais com obras faraônicas minadas de defeitos e que prejudicam a todos nós. Precisamos de cidades pensadas para as pessoas!                

espaço

Meu espaço
Seu tempo
A referência está na distância
Cada decisão com sua instância
Julgando percepções
A realidade e suas ilusões
Discrepante é este instante
O espaço que existe persiste em se expandir
O tempo decide se comprimir
O que será do amanhã?
O que será do que está prescrito

No fim todo destino está escrito

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

subconsciente inconsequente

Na rua vejo a lua
Em minha mente te vejo toda nua
Criatividade sem fim
Talvez saudades ou algo assim
O que devo pensar?
Será que devo?
Se eu devo ou não, eu penso!
Não sei se de fato isso existirá, mas o poeta sempre sonhará!
Não existe o hoje, o agora, o dia ou a hora!
Existe um pensamento que vem do subconsciente inconsequente
Se te vejo na minha mente, em mim, você está comigo!

E será que estou contigo? 

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Geoparque UNESCO e a Rede Global de Geoparques

A Rede Global de Geoparques foi criada em 2004 juntando Geoparques Europeus e Chineses. Desde que foi criada a rede apresente um significativo crescimento seja em número de países ou em número de geoparques.
Em 2005 entraram na rede a Romênia e República Tcheca, 2006 surgiu o primeiro geoparque na América do Sul, na Chapada dos Araripe no Brasil, além da entrada de Portugal e da Noruega. Em 2010 é criado o primeiro geoparque na América do Norte, no Canada. Em 2014 é criado o primeiro geoparque no continente Africano, em Marrocos. A rede conta hoje com 120 Geoparques localizados em 33 países, sendo que a China possui o maior número (33), seguida pela Espanha com 11, Itália com 10, Japão com 8, Reino Unido com 7 e Alemanha com 6.
Além da Rede Global de Geoparques existem hoje outras redes regionais que cumprem um importante papel para fortalecimento dos conceitos relacionados à Geoconservação. No ano 2015 ocorreu um fortalecimento do debate referente ao Geoparques após a criação do programa Internacional Geociências e Geoparques, no dia 17 de novembro, pela Assembleia Geral da UNESCO.
O Programa Internacional Geociências e Geoparques funciona através de duas unidades distintas: Geoparques Mundiais UNESCO composto por um Conselho GMU, um Bureau GMU, uma Equipas de avaliação e um Secretariado; e o Programa Internacional Geociências (IGCP) composto por um Conselho IGCP, um BureauI GCP, um Conselho Científico e um Secretariado. Esse programa foi o resultado de um trabalho de mais dois anos vidando integrar os conceitos já existentes.

Além do programa e da Rede Global é recomendada a criação de comitês nacionais, com representantes da UNESCO, do serviço geológico, da instituição nacional responsável pelas áreas protegidas, de representantes do ministério do turismo, do comitê de Geoparque UNESCO e por representantes do Geoparque Mundial UNESCO.

Para fazer parte da rede o Geoparque deve conter geologia de importância internacional, paisagens vivas e ativas, onde a ciência e comunidade local possam agir de forma mutuamente benéfica, educação em todos os níveis, ligação do patrimônio geológico com os demais valores dos patrimônios natural e cultural. Os geoparques devem desenvolver junto com a comunidade local a consciência desde patrimônio e adotar uma abordagem sustentável para o desenvolvimento regional. A proposta do Geoparque de Chapada dos Guimarães com certeza se enquadra dentro destes aspectos. 

domingo, 25 de setembro de 2016

Fim do mundo

Se o universo estiver desabando
Vou te chamar para perto
Ficar te olhando...
Hoje, e também no fim do mundo já sei o que é certo
Segurar tua mão...
Colocar coração com coração...
Depois de tudo isso, deitar no chão!
Olhar para o céu e ver todas as estrelas caírem!
Quando a luz de todo resto do universo se acabar
A chama do brilho do seu olhar irá me guiar! 

domingo, 18 de setembro de 2016

Poexisto

Poexisto
Crio palavras, crio falas, dou sentido para o que está sem direção
Fatos e atos, amores, paixão
Com poesia existo,
Com versos que persisto
Desisto de desistir,
Deixo fluir
Poetizo na chuva, no sol e no frio
Sobre lagoas, arvores ou sobre um rio
Nas noites claras e também no dia mais sombrio
Persisto em transcrever o viver
Vou hoje, vou amanha, vou sempre poexistir
Vou te contar cada verso que surgir
Se um dia se cansar das palavras rimadas
Te mostrarei a dança dos astros que está sempre perfeitamente inacabada
E em cada movimento existe um verso perdido
Em cada estrela cadente tem um pedido
Enquanto existir o céu a poesia terá sentido 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Saudades

Saudades...
Tenho do que nunca se passou
Não passou por que mal foi vivido
O tempo que faltou
O momento perdido

Saudades...
Do verão ficaram as lembranças do calor
Dos tombos da vida, firam as cicatrizes e a dor
Dos beijos que ganhei guardo o sabor

Saudades...
De um calor que me aqueceu
Um dia em que o tempo se esquece
Uma memoria para ficar na história
Um momento e toda sua glória


Gravidade

Olhares que se enroscam 
Corpos que se encostam 
Com uma força de atração maior que a gravidade 
Sou puxado para perto de você

Tento resistir e falar alguma coisa com seriedade
E te falo isso de verdade
Mas a força tenta nos convencer
E contra essa vontade não há argumento que se possa tecer
Não existe lei errada na atração
Neste caso, não podemos ser julgado por uma ação
Na verdade já estamos condenados
Quando nos encontramos a força e o destino nos deixam dominados!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

heresia

Toda poesia é um pouco de heresia
Reinventamo-nos e sonhamos
Recuso o que está posto
Olho o lado oposto
Quero um pouco de negação
Quero ver qual é a reação
Quero sentir o controverso
Quero te contar essa história através dos versos
Na minha fantasia o mundo não é tão real
Na minha cabeça tudo é muito mais legal
Colho palavras para te trazer
Tomo-te e te dou prazer
Toda poesia é uma heresia
Hoje vivo apenas uma fantasia

domingo, 28 de agosto de 2016

Banco

Banco de praça
Banco de areia
Menina com graça
Arvore que sombreia
Banco imobiliário
Banco que fica com seu salário
Juros que consome
Tempo que some
Sem banco sento no chão
Deposito meus sentimentos no coração
Banco que cobra,
Banco vazio cabe eu e você
Avista e sem juros te espero neste banco
Olho para você com meus olhos de um menino quase santo
Quase perdido
Sentado no banco te faço um pedido
Hoje cabe um por do sol e um momento para te ter?

Cabe neste banco um momento para viver? 

domingo, 21 de agosto de 2016

Estado

Tenho estado diferente
Estado de reflexão
Estado de recessão
Cada Estado com sua área
Você não sabe qual o meu estado hoje!
Tenho estado com você
Menos Estado ou mais Estado?
Estado necessário
Eu tive, nos tivemos, tu Estado!
O... Tu Estado!
Estado calado é quase inexistente
Estado pensante é um estado impertinente, talvez até independente
Ontem estava em um estado muito louco!
Ontem estava em um estado solto!
Não estava em um estado qualquer
Que Estado? Era o que eu quiser
Sem fronteiras, sem limites
Amanha darei novos palpites sobre o estado das coisas
Liquido, solido ou gasoso todo estado se transforma!
Todo copo um dia se transborda!
Nas humanas o Estado é de direito
Nas exatas o estado é da matéria
Estado do poeta, poeta sem Estado!
O poeta nunca deixará o Estado calado!


domingo, 14 de agosto de 2016

Nós

Me enrolo
Caio e me esfolo
Me dou ao direito de lutar
Me dou ao direito de sonhar
Luto direito, por direitos e para manter direitos
Nós devemos sempre tentar transformar
Devemos sonhar
Nós não devemos nada
Nós que amarram nossa sociedade, nos prendem e reprime
Nós dois juntos lutando é um ato sublime
Nós que nos deixam aquém
Nós que não somos ninguém
Nós que foram criados por nós, ou por outros que vieram antes de nós
Nós que nos prendem
Nós que nos seguram
Devemos correr? Devemos nos desprender?
Nós somos capazes de mudar, o mundo e a nós mesmo! 
Um e menos que nós, nós somos muitos e não estamos a sós
Nós somos toda a energia que precisa para fazer do amanha o sonho que temos hoje
Nós não temos tamanho
Nós é sempre mais de um
Nós que existem e que devem um dia ser desatados e desamarrados
Cabe e a nós lidar com os nós que existem


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Luz que se eterniza

Quando vale a pena olhar o passado?
Uma pergunta muitas respostas
Algumas direções quase opostas
Uma luz que me seduz
Uma estrela que brilha
Uma lanterna sem pilha
Uma noite intensa
Um dia que compensa
Um passado distante que ilumina
O hoje que me domina
Parece estranho, mas não é
O passado chegou agora
E daqui a um Segundo já vai ter ido embora
Viajo no espaço e tempo,
Olho a luz que se eterniza
Vejo o brilho dos seus olhos...
Um momento que não se baliza!
No o céu e vejo tudo que já passou e que vale a pena ser observado
Viajo para meu interior, e lá guardo tudo que vale a pena ser lembrado!




segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Descobrir

Acordo...
Ao me descobrir
Crio coragem para levantar e andar para além dos passos de outrora
Vejo os raios de sol que surgem no horizonte
Agora...
Eles me dizem que talvez seja a hora!
Talvez seja agora o momento de descobrir caminho e destinos
Momento de me perder sem rumo como um menino
Não penso em problemas internos
Não crio mais meus próprios infernos
Arriscar, escolher, poder aprender ser um novo ser
Descobrir o que está escondido, encontrar o que está submergido
Entre todos os enigmas perdidos o mais complexo somos nós
Talvez sejamos capazes de nos decifrar a sós.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Incerto

Incerto é o homem que nunca se questiona
Errada é a pessoa que nunca se apaixona
Perdido está quem nunca se emociona
Mas a pior de todas as pessoas
É a pessoa que nunca de dispõem a errar
É uma pessoa que tem medo de tentar
Ela mata tudo ao seu redor e não deixa ninguém sonhar

domingo, 31 de julho de 2016

“Profecias” sobre o fim do mundo e os polos magnéticos da Terra

Na última semana circulou pela internet um boato que o mundo acabaria no dia 29 de Julho devido à inversão do polo magnético da Terra. Como vocês podem ver a data já passou e o mundo não acabou, mas essa é uma oportunidade para falarmos um pouco mais deste fenômeno geológico. Sim a inversão do polo magnético pode acontecer, mas não sei quando isso irá ocorrer de fato. Digo mais, o polo magnético já se inverteu milhares de vezes ao longo da história geológica. E como os geólogos sabem disso?

            Nosso planeta é formado por 12 placas tectônicas principais, estas placas se movimentam lentamente. Quando elas colidem umas com as outras dão origem a imensas cadeias de montanhas como os Andes e os Himalaias esses limites de placas são chamados de convergentes ou destrutivos. Quando estas placas deslizam uma lateralmente em relação à outra temos um tipo de limite de placa chamado de transformante ou conservativo. Já quando estas placas estão se afastando umas das outras, no meio do oceano ocorre processos vulcânicos que possibilitam que estas placas cresçam permitindo a abertura do oceano, este limite de placa é conhecido como limite divergente ou construtivo. O continente Africano e a América do Sul, por exemplo, se afastam ano a ano um da outro e essa separação se iniciou a mais 120 milhões de anos. Mas por que estou dizendo isso?
            Estas rochas que são formadas com a expansão do assoalho oceânico possuem minerais magnéticos que quando se cristalizam se orientam conforme o polo magnético da Terra. Desta forma, ao se analisar as rochas que formam o fundo dos oceanos, os geólogos notaram que a inversão do campo magnético já ocorreu na Terra muitas vezes e por isso, podemos dizer com certeza que essa inversão irá ocorrer novamente.
              Bom à vida existe na Terra a mais de 3,5 Bilhões de anos e nenhuma destas inversões do polo magnético causou o apocalipse. O homem nunca presenciou a inversão do polo magnético, sabemos apenas que os polos estão hoje enfraquecendo e que uma hora irão se inverter. Mas com certeza essa inversão não causará o fim do nosso planeta. Então avisem os coleguinhas, precisamos achar um novo motivo para o fim do mundo, talvez seja mais legal voltar a pensar no apocalipse zumbi, na queda de um meteorito gigante ou quem sabe em uma invasão alienígena! Isso se nós humanos, não tratarmos de destruir nosso próprio planeta sozinho. 


sexta-feira, 29 de julho de 2016

O Geoturismo e as diferenças entre Geoparques e área protegida.

Para se compreender a diferença entre Geoparques e área protegida é preciso uma breve apresentação de alguns conceitos como o de Geoturismo, esta vertente do turismo de natureza destaca o valor dos objetos e dos processos geológicos que garantem aos turistas uma cultura científica, em especial a compreensão do relevo, das rochas, dos fósseis e de outros elementos da geodiversidade, para além da mera apreciação estética e de outros valores culturais e naturais.
Morro dos Três Portões, Assentamento de Jangada Roncador 

Esta modalidade de turismo está estritamente ligada ao desenvolvimento local, ou seja, as comunidades situadas na região. Por outro lado o geoturismo tem como premissa a conservação dos geossítios e também o desenvolvimento da cultura científica em todos os níveis educacionais tanto para os turistas como para os moradores locais.
No geoturismo podem-se apreciar elementos como a paisagens e as geoformas, recursos geológicos, fósseis, rochas, minerais e solos. Para que isso ocorra é necessário utilizar uma linguagem adequada e acessível ao público, enfatizar a relação da geodiversidade com a biodiversidade e sociedade.
Em geral é praticado em territórios onde se destaca o património geológico, essencialmente aquele que revela valor estético ou forte ligação com a sociedade, com a história e com a biodiversidade.
O desenvolvimento do geoturismo esta relacionada à inventariação do programa de geoturismo, a classificação e motorização, além de também relacionar estes fatores com outros valores ecológicos, etnográficos, arqueológicos e históricos. Associados a uma valorização da geodiversidade e do patrimônio através de publicações, websites, mesas e outros meios de interpretação, desenvolvimento de percursos e formação de guias especializados.
Os projetos de geoturismo podem estar relacionados à visitação de áreas protegidas, mas podem ser desenvolvidos em outras áreas com patrimônio geológico que constitui a base para a atração de turistas. Em projetos de parques temáticos, por exemplo, mas podem ser também em uma área qualquer.
O geoturismo em geral está associado à geoparques, estes por sua vez são constituídos por três pilares fundamentais: Geoconservação, Educação e Geoturismo. Os geoparques são territórios com fronteiras definidas, para qual existe um plano de desenvolvimento dirigido para a população local, sustentado na conservação, promoção, valorização e uso desse patrimônio, bem como de outros valores naturais, culturais e recreativos.

Uma área protegida pode estar relacionada a um geoparque, contudo, os dois conceitos possuem naturezas diferentes, visto que conforme citado acima os geoparque possuem como um dos seus pilares fundamentais o envolvimento com a população local, associando os valores da geoconservação com o dia a dia das pessoas e com os produtos turísticos regionais. Enquanto as áreas de proteção possuem uma relação maior com a natureza biótica, ou seja, com a preservação da biodiversidade, os geoparques possuem um enfoque para a natureza abiótica, mais especificamente com a preservação da geodiversidade. Cabe ressaltar que existe uma intima ligação entre a biodiversidade de uma região e a geodiversidade deste mesmo local. Toda via, a forma de se gerir a um geoparque e uma área protegida é distinta e a sua própria função é diferente, mas em muitos casos áreas protegidas fazem parte também de geoparques.  A proposta do Geoparque de Chapada dos Guimarães pode trazer um grande diferencial para o turismo da região, fomentado o turismo rural e o geoturismo. 

terça-feira, 19 de julho de 2016

Geoparque de Chapada dos Guimarães, quais os impactos desta proposta?

Desde o inicio do mês de Abril, está em discussão a criação do Geoparque de Chapada dos Guimarães. Mas o que é um Geoparque?
Um geoparque é um projeto de desenvolvimento local e sua construção está diretamente relacionada com os habitantes que residem no território em questão. Os impactos dos geoparques estão relacionados aos seus três pilares básicos que são: Geoconservação, Educação e Geoturismo.
        Durante o processo de criação do Geoparque é realizado o levantamento de diversos serviços e atrativos existentes na região. Essas informações são depois amplamente divulgadas juntamente com os atrativos existentes, estas informações então são relacionadas com o patrimônio geológico ou com outros valores existentes na região.


       A ampliação do número de turistas trás um impacto direto na economia local em diversos segmentos como hotelaria, setor de alimentação, artesãos, setor de serviços entre outros. Com isso, o território passa a ter como motor de desenvolvimento atividades relacionadas com o geoturismo. Os geoparques são excelentes oportunidades para empresas locais. Tal fluxo de crescimento representa uma maior geração de oportunidades e também uma melhoria da qualidade de vida da população que ali reside.
Os benéficos educacionais são diversos, pois a ampliação do conhecimento sobre o nosso planeta pode significar uma mudança profunda na forma de ver o mundo e o meio em que vivemos. Os geoparques são oportunidades para escolas e universidades trabalharem os temas relacionados ao meio físico com seus estudantes.
Fragmentos de fósseis de dinossauros encontrados em Chapada dos Guimarães. 

Para a comunidade local a compreensão sobre a geologia ali existente pode significar também uma ampliação do valor que os próprios moradores dão ao seu território, visto que ao observar e tomar conhecimento sobre o quanto é especial àquele local em que eles vivem, deste dia em diante o próprio olhar sob sua localidade de cada um dos residentes será diferente.
Outro aspecto que os geoparques permitem e o desenvolvimento de atividades rentáveis em áreas rurais através do turismo. Em alguns países como o Brasil isso pode ter uma função muito importante, visto que nas ultimas décadas o êxodo rural é um dos grandes problemas sociais existentes. Sendo assim, os geoparques são uma incrível oportunidade de se integrar os aspectos culturais e o dia a dia das pessoas que vivem no campo valorizando essas informações, gerando renda, oportunidades e incentivando elas não migrarem para grandes centros.
Geoparques por tanto, são um modelo existente em vários lugares do mundo que associa preservação com desenvolvimento social e ganhos educacionais, certamente é um modelo que podemos replicar com sucesso também no Município de Chapada dos Guimarães.


terça-feira, 12 de julho de 2016

O que são Geoparques

Antes de tudo é preciso explicar para o leitor qual o conceito de Geoparque e quais os impactos desta iniciativa. Um geoparque é um projeto de desenvolvimento local e sua construção está diretamente relacionada com os habitantes que residem no território em questão. Os impactos dos geoparques estão relacionados aos seus três pilares básicos que são: Geoconservação, Educação e Geoturismo. Portanto, o modelo de Geoparques são muito diferentes dos modelos tradicionais de unidades de conservação.

Vista do Fecho do Morro.

Os geoparques estão ligados à preservação da geodiversidade, ou seja, com a natureza abiótica do nosso planeta, mais especificamente aos elementos geológicos de uma determinada área tais como as rochas, minerais e fósseis, e com a interação destes elementos geológicos com os sistemas clima tendo como resultado elementos geomorfológicos (formas de relevo, topografia e processos físicos), pedológicos (formação de solo) e hidrológicos.
Os elementos da geodiversidade podem possuir diversos tipos de valores sendo eles: 1) Intrínseco: considera-se que a geodiversidade por si só é importante; 2) Econômico: está relacionado à utilização da geodiversidade para o bem estar do homem; 3) Cientifico: relacionado à raridade ou representatividade de um determinado elemento; 4) Educativo: locais onde se podem explicar informações e processos geológicos com facilidade; 5) Cultural: relacionado com elementos geológicos que integram a cultura local; 6) Estético: em geral é associado com elementos hidrológicos e geomorfológicos; 7) Funcional: tem relação com a utilização da geodiversidade para o homem a exemplo de uma hidroelétrica.
Nos casos que a geodiversidade possui um valor científico, seja ele in-situ (neste caso chama-se Geossítios) ou ex-situ (exemplo de coleções museológicas), dar-se o nome de patrimônio geológico. Quando a geodiversidade está relacionada a outros valores que não o científico, dar-se o nome de elementos de geodiversidade (ex-situ) ou os sítios de geodiversidade (in-situ). A seguir será destacado o que são estes elementos in-situ:
Os geossítios são ocorrências de um ou mais elementos da geodiversidade que afloram devido a processos naturais ou em virtude da intervenção do homem, delimitado geograficamente e com um excepcional valor científico. Estes sítios podem ser: paleontológicos, mineralógicos, petrológicos, estratigráficos, tectônicos ou geomofológicos. Os geossítios são considerados um tipo de recurso natural não renovável que podem ser utilizados de forma sustentável pela sociedade seja para auxiliar no processo educativo, desenvolvimento de pesquisa, ou uso para o turístico. Para se utilizar os sítios geológicos é preciso uma gestão adequada que possibilite o seu uso sustentável.
Já os Sítios de geodiversidade são ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade, bem delimitado geograficamente e com um excepcional valor (pode ser de diversos tipos, exceto o científico).

O geoparque por tanto, é um caminho para o desenvolvimento do Geoturismo e para criação de alternativas de geração de renda associadas com a preservação das riquezas que existem no nosso planeta. Neste aspecto, o Geoparque de Chapada dos Guimarães certamente poderá cumprir um importante papel. 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

GEOPARQUE DE CHAPADA DOS GUIMARÃES

“Uma oportunidade de viajar no tempo e na história”

Localizado no centro da América do Sul o Município de Chapada dos Guimarães possui um território com uma geologia rica conhecida desde o século XIX. Mas, além da geologia, a história, a arqueologia, a biodiversidade local e a riqueza cultural chamam atenção de quem por ali passa.
        A colonização do município iniciou logo com a chegada dos primeiros bandeirantes a região durante o século XVIII.  Durante esta época o território que hoje é o município cumpria um importante papel de abastecer com alimentos as minas de Ouro de Cuiabá. Desta época ficaram preservadas a Igreja Barroca de Sant’Ana e também diversa ruínas dos engenhos de cana de açúcar que existiam nas então sesmarias concedidas pela Coroa Portuguesa.
Além deste importante patrimônio histórico, nesta região existem diversos sítios pré-históricos com pinturas rupestres que remontam aos primeiros homens que aqui chegaram. Um dos sítios de maior destaque é a Lapa do Frei Canuto, com mais de 50 metros de pinturas rupestre.
A construção de um Geoparque no município de Chapada dos Guimarães com certeza é uma alternativa para o desenvolvimento local, permitindo gerar renda e preservar o meio ambiente. Vamos falar um pouco agora sobre a geologia de Chapada dos Guimarães.
O patrimônio geológico de Chapada dos Guimarães e região permite realizar uma viagem desde o Neoproterozóico até o Terciário, observando diversos tipos rochas metamórficas, sedimentares e ígneas. As unidades geológicas mais antigas da região estão relacionadas ao Ciclo Transbrasiliano que deu origem ao Supercontinente Gondwana, estas rochas são conhecidas na literatura como Grupo Cuiabá, constituído por filitos, metadiamictitos, metarenitos, quartzitos e mármores que foram depositados em um ambiente marinho e posteriormente dobrados e metamorfisados dando origem a uma imensa cadeia de montanhas. Associado a esse processo ocorreu a cerca de 503 milhões de anos a intrusão do Granito de São Vicente.
Em Chapada estão preservadas as rochas depositadas durante duas incursões marinhas (entrada do mar sobre o continente) que ocorreram durante o Paleozoico, à primeira delas tem como registro as rochas do Grupo Rio Ivaí de idade Neo-Ordoviciana, é constituído pelas formações Alto Garças e Vila Maria. A diferença de resistência das rochas associada à erosão através do fenômeno de erosão por piping possibilitou formar um conjunto de cavernas, dentre elas a Carvena Aroe Jari, maior caverna de arenito do Brasil.
A segunda incursão marinha ocorreu durante o siluriado-devoniano, onde foram depositados os arenitos da Formação Furnas e os folhelhos fossiliferros da Formação Ponta Grossa. Nesta última unidade são encontrados fósseis de trilobitas, tentaculites, braquiópodes (Conchinhas) entre vários outros animais marinhos.
Durante o Mesozóico um imenso deserto se sobrepôs as formações geológicas existentes nessa região. Esse deserto deu origem a Formação Botucatu, Constituída por arenitos médios bem selecionados com estratificações cruzadas tangenciais de grande porte, hoje estas rochas constituem um importante aquífero.
No período Cretáceo ainda associado aos últimos esforços de quebra do Supercontinente Gondwana, um sistema de Grábens e Horst se formou na região depositando uma sequência Vulcano-sedimentar que se iniciou com o magmatismo basáltico da Formação Paredão Grande seguido pela deposição em um sistema de leques aluviais das formações Quilombinho, Cachoeira do Bom Jardim e Cambambe. Nestas unidades já foram descritos diversos fósseis de Dinossauros entre eles o  Pycnonemosaurus Nevesi  identificado a partir dos fósseis coletados na região.

Réplica do Pycnonemosaurus Nevesi exposta no Museu de Pré-História Casa Dom Aquino

A última unidade geológica é a Formação Cachoeirinha constituída de conglomerados diamantíferos. Essa unidade está associada à história de diversas comunidades locais que se formaram devido à atividade garimpeira.
A erosão das unidades citadas da origem a diversos geomorfossítios que possuem uma beleza cênica sem igual. Destacando-se diversos mirantes, rios e cachoeiras. No município existe ainda um parque nacional criado para preservar a biodiversidade do cerrado Brasileiro, neste bioma existe uma grande diversidade de fauna e flora.
Relacionando todos os valores citados torna-se possível a criação de um geoparque que envolva a população local, preserve o meio ambiente e o patrimônio geológico e auxilie na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável para o município. Após debate realizado em Audiência Pública requisita pelo deputado Wilson Santos, o primeiro passo para a criação do Geoparque foi dado no dia 17 de junho com a criação de um comitê para instrumentalizar as ações necessárias para desenvolvimento desta iniciativa. 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Dinossauros de Mato Grosso

Alguns leitores ao ler o título devem ter pensando que eu abordaria neste artigo sobre nossos dinossauros da política, mas não. Vamos falar dos legítimos dinossauros do nosso Estado, aqueles que viveram há mais de 65 milhões em uma era geológica chamada de Era Mesozoica. Falarei mais especificamente neste artigo sobre acontecimentos que ocorreram entre 84 e 65 milhões de anos atrás.

Mas como era terra neste tempo?

Há 84 milhões de anos, em Mato Grosso, existiam, por exemplo, vulcões ativos nos municípios de Chapada dos Guimarães e Poxoréo. Neste tempo o Pantanal não existia e a Cordilheira dos Andes estava apenas começando a se formar. O supercontinente Pangeia estava se fragmentando, a África e a América do Sul estavam começando a se afastar e o Oceano Atlântico tinha apenas algumas dezenas ou centenas de quilômetros. Pelos fatos citados acima, é possível ver que naquela época nosso planeta era muito diferente.  

Reconstituição paleogeográfica do Período Cretáceo (Fonte: http://www.avph.com.br/cretaceo.htm)  


As rochas sedimentares que se formaram neste período guardam dentro delas diversos fósseis dos famosos dinossauros, um desses por sinal foi descrito com base em fósseis encontrados no Município de Chapada dos Guimarães, o nome deste animal é Pycnonemosaurus Nevesi, este podemos dizer que é um legitimo dinossauro Mato-grossense, que foi descoberto e descrito pelo paleontólogo Alexander Kellner do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A paleontologia - para quem não sabe - é a ciência que estuda os animais do passado, enquanto a geologia estuda a história do nosso planeta através das rochas existentes.

Esse era o Pycnonemosaurus Nevesi (Fonte: http://www.latec.ufrj.br/dinosvirtuais/catalogo/pycnonemosaurus_nevesi.html)

Os fósseis de dinossauros de Mato Grosso se encontram em acervos em diversas instituições pelo mundo. Mas para quem quiser conhecer um pouco mais sobre esses animais que já viveram em Mato Grosso, não precisam ir longe. Aqui mesmo, na nossa capital, existe uma réplica do Pycnonemosaurus Nevesi de 2,20 metros de altura e 7 metros de comprimento que pode ser vista no Museu de Pré-História Casa Dom Aquino. No museu, além desta réplica, o público pode observar outros fósseis de dinossauros além de diversos outros animais já extintos que viveram aqui na Terra em outros tempos que foram descobertos pela equipe do Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais. Então se você tem dúvidas sobre a existência destes animais do passado ou se apenas quer conhecer um pouco mais sobre eles, vá lá e olhe com seus próprios olhos. Conheça os legítimos dinossauros de Mato Grosso. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Os jovens e os espaços de decisões

Independente da posição política de cada um, me alegra muito ver que nos últimos anos os assuntos referentes a política nacional estão cada vez mais presente nas conversas entre jovens. O problema é que muitos jovens não acreditam que seja possível mudar a política brasileira. Isso é um sério problema!
No geral a geração que está no poder no Brasil é a mesma que participou do processo de redemocratização do país. E isso não é só nas prefeituras, nas câmaras de vereadores, nas assembleias legislativas e no congresso nacional, esse aparelhamento também ocorre em diversas outras instituições que existem em nossa democracia. O pior é que isso parece que não vai mudar tão cedo, na última reforma política, por exemplo, reduziram o tempo de campanha para 45 dias agora, afetando assim os candidatos novos e sem recursos.
Digo às vezes que a juventude hoje apesar de representar uma grande porcentagem da população ela não tem voz. E pior nem mesmo é escutada ou se quer tem políticas direcionadas para esse público. Os dados relativos a juventude são preocupantes, em Mato Grosso, por exemplo, 69,7% das  mortes de jovens, trata-se de morres por mortes violentas, sendo 31% causados no transito, 8,8% suicídios, este caso assim como  o das mortes no trânsito é muito preocupante, a cada 10 jovens que morrem 1 é por suicídio e 3 no trânsito. A evidente necessidade de construção de políticas públicas para juventude fica clara quando comparados com os dados da população não jovem em que apenas 9,6% das mortes são violentas.
O acesso à educação infelizmente ainda não está garantido para toda a juventude, segundo o CENSO de 2010 1,8% dos jovens mato-grossense entre 10 a 17 anos de idade são analfabetos.
Segundo a PNAD (2012) realizada pelo IBGE, no Brasil 19% dos jovens de 15 a 29 anos não trabalham nem estudam, 45,2% somente trabalham, 13,6% trabalham e estudam e 21,6% estudam apenas. Conforme a PNAD (2012) dentre os brasileiros que nem estudam e nem trabalham (Geração Nem-Nem) na faixa etária de 15 e 29 anos 70,3% do público é composto por mulheres. Entre 25 a 29 anos os números se ampliam ainda mais, sendo que o público feminino representa 76,9% e entre os jovens de 15 a 17 anos 59,6% da geração “Nem-nem” são mulheres. É preciso entender esse contexto e conseguir criar políticas de inclusão para esse público.
Estes são somente alguns dos desafios que envolvem as políticas para a juventude. Mas quando será que nossos governantes tratarão estes temas como prioridades? Até quando aceitaremos essa verdadeira chacina da juventude? E quando será que nós jovens vamos conseguir ter voz no Brasil. Vamos conseguir ter essa realidade que foi exposta acima modificada valorizando cada vida que esta iniciando, dando oportunidades de desenvolvimento humano e social para cada jovem no Brasil. Quando será que os gestores Brasileiros irão de fato construir e dedicar esforços para as novas gerações? 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Será que dá tempo?

Durante o último mês escrevi quatro artigos abordando sobre os desafios da juventude Brasileira. Em 2050 seremos a maior geração de idosos que o país já teve, e a grande pergunta é: será que dá tempo para fazer as mudanças necessárias para que em nossa melhor idade tenhamos condições dignas de vida?
Como tenho dito já há muito tempo, o principal desafio é dar formação e oportunidades para que nós ainda jovens, para que consigamos trilhar caminhos que auxiliem no desenvolvimento social nosso e do nosso país. Não estou falando de nos orgulharmos de dizer que existem exceções que dão certo, que conseguem Ascenção social. Estou falando de dar boas oportunidades para toda a juventude. Precisamos garantir uma boa educação e oportunidade para todos!
A transformação ocorre com mais facilidade em ciclos de desenvolvimento econômico, sendo assim, o país precisa voltar a crescer, mas precisamos saber aproveitar esses momentos de crescimento para gerar oportunidades e reduzir as desigualdades sociais e melhorar as condições de vida de toda a população. Para termos qualidade de vida é preciso investir na humanização das cidades, transporte decente, parques, saneamento básico, ou seja, qualidade de vida para todos os cidadãos.

Estas mudanças podem contribuir para enfrentar uma série de outros problemas que existem no Brasil como, por exemplo, a questão da segurança pública. Pois um país com menos desigualdades e mais oportunidades certamente terá mais segurança. Agora para se fazer essas mudanças antes de chegarmos em 2050, teremos que começar ontem. Não podemos mais perder tempo. Precisamos para de ser o país do futuro e passar a ser o país do presente, o país da mudança, das oportunidades e das transformações sociais. 

Integração entre universidade e sociedade marca I MINASGEO

Realizado na última semana, entre o dia 18 e o dia 20 na Universidade Federal de Mato Grosso, o 1° Seminário de Engenharia de Minas e Geologia – MINASGEO reuniu autoridades, profissionais liberais, empresas, estudantes e professores que debateram diversos temas referentes ao setor mineral no estado e no país. A programação contou com apresentação cultural na abertura com Sexteto de Metais da UFMT, diversas palestras, minicursos, oficinas além de uma mesa redonda.
Os mais de 240 inscritos tiveram a oportunidade assistir palestras sobre diversos temas entre eles “Produção Mineral Brasileira e Mercado de Trabalho”, proferida pelo Dr. Cleverson Cabral. Outra temática abordada foi à relação entre a universidade e a sistema profissional, durante a palestra “Atribuição Profissional e Currículo Acadêmico” ministrada pelo Prof. Dr. Fábio Augusto Gomes Vieira Reis (UNESP), que atualmente é Vice-presidente da Federação Brasileira de Geólogos – FEBRAGEO.
Dada as atividades de campo realizada pelos cursos de Geologia e Engenharia de Minas, o evento ofereceu também uma oficina sobre “Primeiros socorros e animais peçonhentos”, realizada pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Mato Grosso, que instruiu os presentes sobre a temática, tema de importância para as atividades de campo que os alunos e profissionais da área possuem.
                Outro tema de relevância abordado no evento foi o Projeto Aripuanã, da Votorantim Metais, na qual foi apresentada a planta mineral proposta para pela empresa, destacando os impactos sociais, ambientais e técnicos do projeto. Esse é o principal empreendimento mineral que está sendo implementado atualmente no estado, desta forma a palestra foi uma oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o empreendimento. 
O Código Mineral foi tema de debate em uma mesa de peso, que contou com a presença do Prof. Dr. Fábio Augusto Gomes Vieira Reis (UNESP), Vice-presidente da Federação Brasileira de Geólogos – FEBRAGEO; do Prof. Dr. Jose Margarida da Silva (UFOP) Coordenador da Câmara Especializada de Geologia e Minas do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA; do Prof. Me. Caiubi Emanuel Souza Kuhn (Coordenador do Evento e Diretor de relações sindicais – SINGEMAT); do Dep. Federal Nilson Leitão (membro da comissão especial do novo marco da mineração); e do Dr. Cleverson Cabral (FIEMT). Os presentes possibilitaram um amplo debate apresentando as visões da todos os segmentos da sociedade sobre o novo marco.
A palestra “Evolução do conhecimento geológico no estado de Mato Grosso” proferida pelo Geólogo Waldemar de Abreu filho, Chefe do Núcleo de Apoio de Cuiabá (Serviço Geológico do Brasil – CPRM), abordou o histórico do mapeamento geológico, destacando os principais projetos realizados.
O Prof. Dr. Cláudio Lúcio Lopes Pinto (UFMG) fechou o segundo dia de evento com chave de ouro com a palestra “Determinação dos parâmetros de resistência e deformabilidade para geomecânica” abordando os principais métodos e técnicas deste campo da ciência.
No sábado o evento foi encerrado com a realização de dois minicursos sendo eles: “Dimensionamento de equipamentos de lavra” ministrado pelo Eng. de Minas Cramer de Oliveira (Técnico do Instituto de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso) e o Autocad Map 3D ministrado pela Jéssica de Paula Oliveira Ferreira (Discente do Curso de Engenharia de Minas).
Com essa programação o I MINASGEO se mostrou como um espaço não só de integração, assim como uma ótima oportunidade de desenvolver um diálogo entre professores, estudantes, gestores públicos, empresários e da sociedade em geral.

O evento contou com o apoio do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minérios (SINDIMINERIO), do Sindicato das Indústrias de Extração do Calcário do Estado de Mato Grosso (SINECAL), da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MT), do PET Geologia, da Votorantim Metais, da Império Mineração, da Associação dos Geólogos de Cuiabá (GEOCLUBE), da Associação dos Profissionais Geólogos do Estado de Mato Grosso (AGEMAT), e do Sindicato Geólogos do Estado de Mato Grosso (SINGEMAT).
























segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Desastres naturais. É possível prevenir?

Na última semana, vários municípios da região oeste do Estado de Mato Grosso têm aparecido nos noticiário devido à situação de emergência. A região vem sofrendo com enchentes e a ainda há relatos de moradores sobre blocos de rochas que teriam rolado montanha a baixo.
            Antes de qualquer coisa parabenizo o Governo do Estado pela atenção que tem dedicado a estes municípios, mas como geólogo não posso deixar de fazer algumas ressalvas em relação às políticas que o estado tem desenvolvido ao longo do tempo em relação à prevenção e contenção de desastres naturais. Em um artigo anterior abordei sobre o histórico de Mato Grosso em relação a terremotos, sendo que nosso estado registrou em 1955 o maior terremoto da história do nosso país (6,2 mb na escala richter).
            Voltando aos últimos acontecimentos, o estado além de dar atenção à população da área afetada precisa também saber lidar com as adversidades da natureza. Para isso, o governo precisa ter entre seus quadros técnicos profissionais habilitados e com formação adequada para garantir que os trabalhos sejam feitos com responsabilidade e da melhor forma possível.
            O problema é que desde governos anteriores o que se tem observado é que não existe de fato um entendimento que é preciso o estado ter uma equipe técnica para lidar com os diversos assuntos referentes ao uso e ocupação do solo. É preciso desenvolver os estudos adequados para desta forma, poderem ser tomadas as medidas que garantam a proteção da população. Segundo o site do Governo do Estado entre as atribuições da defesa civil estão: 1) Promover estudos referentes às causas, ameaças, vulnerabilidades e consequências de ocorrências de desastres de qualquer origem no Estado; 2)Promover a implantação de centros de ensino, pesquisas e gerenciamento sobre possíveis desastres dentro do Estado; 3) Promover a prevenção, a preparação, o monitoramento e a resposta a áreas atingidas por desastres.
            Em outros estados e países a defesa civil possui em seu quadro técnico geólogos que desenvolvem diversos trabalhos para mapear áreas de riscos, desenvolver cartilhas de orientação, realizar estudos sobre a drenagem e permeabilidade, estudos de uso e ocupação do solo através das cartas geotécnicas entre muitas outras funções. Precisamos que Mato Grosso siga os exemplos dos estados que estão lidando com esta temática de forma técnica, e desenvolvendo ações não só quando o leite já derramou, e sim realizando medidas de prevenção.

            No final do ano passado as entidades ligadas à geologia fizeram uma carta (Abaixo) relatando a falta de profissionais nas secretarias do governo. É preciso que o estado estabeleça um corpo técnico capaz de realizar todas as medidas de prevenção e mitigação de desastres naturais, por isso, reforço o coro das entidades da geologia. Governador Pedro Taques, abra CONCURSO PÚBLICO para geólogos JÁ! 

Acesso ao emprego, um desafio posto para a nossa juventude!

A busca pelo emprego, em especial pelo primeiro emprego é um dos grandes desafios da juventude. Afinal muitas das oportunidades existentes têm como pré-requisito ter tido experiências anteriores. Quando a pessoa não é qualificada esse desafio aumenta ainda mais.
Antes de tudo, como disse em outro artigo, a busca por empregos hoje no mundo ultrapassou as fronteiras dos países. Se hoje as grandes empresas são internacionais o seu quadro de funcionários também é. Esse quadro tem a se ampliar cada vez mais, hoje temos milhares de jovens tendo uma formação de qualidade em muitos países em desenvolvimento e em muitos países desenvolvidos a busca por empregos é a principal preocupação da juventude. Nestes países existem muitos jovens capacitados, mas que não conseguem achar na sua cidade ou mesmo na sua nação uma vaga de emprego. Pois bem, estas pessoas irão procurar oportunidades onde elas tiverem. Então posso dizer que hoje, nós jovens, disputamos sim empregos com pessoas formadas em muitos países do mundo.
Neste mundo internacional do trabalho, ter uma formação de qualidade deixou de ser um diferencial e passou a ser um ponto básico, assim como o domínio de idiomas passou também a ser pré-requisito.  E não estou falando só das pessoas que irão trabalhar lá fora, quem for trabalhar aqui mesmo no Brasil precisa disso, pois hoje cada vez mais utilizamos informações e tecnologias de muitos outros países.
Para completar o cenário sobre o emprego, além da dificuldade de conseguir acesso ao mercado de trabalho, o jovem é o mais afetado pelas crises existentes, pois mesmo com mundo do trabalho em expansão muitos jovens já tem dificuldade de acesso ao emprego e renda, imagina então como fica a situação da nossa juventude na crise? Sem expansão do mundo do trabalho os jovens que buscam por emprego ficam com oportunidades cada vez mais escassas.
Os desafios são muitos, em tempo de crise, em um país com grandes problemas educacionais e estruturais é preciso desenvolver ações que possam mudar a realidade. Mas como fazer isso em um país onde política para juventude é escassa? Será que a necessidade a realidade dos jovens está entre as prioridades dos governos? 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A educação dos jovens e o cenário mundial

Recentemente abordei em um artigo sobre “A juventude de hoje e o Brasil de 2050! Como será o futuro?”. Hoje continuarei essa temática dando enfoque a alguns fatores que são capazes de criar as condições básicas para o desenvolvimento social e humano de nossa juventude.
Segundo dados do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) em 2014 cerca de nove em cada dez pessoas com idade entre 10 e 24 anos vivem em países menos desenvolvidos. A população jovem são 1,8 bilhões de pessoas, um número até então sem precedentes na historia da evolução humana. Esse grande contingente de jovens pode representar para os países um Bônus Demográfico, esse bônus trás com ele grandes desafios e grandes oportunidades.
O Bônus demográfico é uma oportunidade de desenvolvimento social e econômico, segundo o UNFPA para que isso ocorra os países precisam investir: 1) no capital humano dos jovens; 2) expandir o acesso à contracepção; 3) aumentar as oportunidades de emprego; e 4) melhorar o acesso ao sistema financeiro.
O início deste percurso passa necessariamente pela garantia de uma educação de qualidade e com isso ampliar as oportunidades de desenvolvimento humano dos jovens. O efeito deste processo todo leva a uma transformação social com a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.
O Grande problema desta história é que no Brasil estamos perdendo, ou melhor, já perdemos a oportunidade de utilizar esse bônus demográfico para de fato iniciar um processo de desenvolvimento no país que seja capaz de criar musculatura para enfrentar os grandes problemas sociais e estruturais da nossa nação.
Como resultado disso tem uma geração que ainda tem dificuldades em ter acesso a um curso superior ou técnico. Ainda se tem uma luta muito grande para se conseguir uma vaga em um curso. No país como um todo o domínio de outros idiomas ainda é um desafio. Toda vez que um jovem não consegue dar continuidades em sua formação o país perde, pois deixa de qualificar e de dar oportunidades para um de seus cidadãos.
Deixo aqui bem claro que sou defensor de uma educação de qualidade e que a expansão deste sistema educacional tem que estar obrigatoriamente ligado a garantia da qualidade do ensino.
Já a geração de oportunidades de emprego precisa estar associada a uma série de políticas planejadas que tenham ligação com um plano de desenvolvimento para o país. Precisamos compreender que no mundo do século XXI é necessário que o Brasil seja inovador e que tenha as condições de desenvolvimento de tecnologias e patentes.
Por fim, a juventude precisa ter acesso ao crédito, precisam ter condições de criar seus empreendimentos. Neste ponto cabe destacar que em nosso país todos nós somos quase assaltados devido aos autos juros cobrados por bancos. A realidade para os jovens não é diferente, e às vezes é ainda pior, pois sem rendas bem estabelecidas por muitas vezes acabam caindo em armadilhas financeiras.

Mas o que estes tópicos têm a ver com o cenário mundial? Nossos jovens estão concorrendo pelas mesmas oportunidades com bilhões de outros jovens que estão em seus países tendo acesso a educação, a políticas de planejamento familiar, a empregos e crédito a baixo custo. Em alguns casos os jovens vêm de outras nações em busca de oportunidades que existem no nosso país. Mas e como ficará a nossa juventude? Com todas essas dificuldades como poderemos construir um país com melhores condições de vida para quando nós estivermos na melhor idade?