terça-feira, 2 de julho de 2013

Em Cuiabá 2 mais 2 é igual a 10!


            Na ultima quinta-feira, dia 27, a população de Cuiabá conseguiu importantes vitórias durante a sessão da Câmara dos Vereadores, onde devido à pressão popular uma serie de projetos relacionados ao transporte coletivo foram aprovados. Mas quais mudanças estes projetos geram? E o que a população estava cobrando? Bom, vou explicar um pouco destas mudanças e das reivindicações apresentadas.
            Primeiramente é necessário fazer algumas ponderações relativas ao transporte público municipal e sua manutenção, esclarecendo assim algumas inverdades que estão sendo ditas na mídia ultimamente. O transporte público é hoje realizado através de concessões feitas a empresas privadas. Nessas concessões são estabelecidas uma série de compromissos relativos a condição de funcionamento da frota, qualidade do transporte e demais condições relativas ao assunto. Para aqueles que quiserem se aprofundar mais no assunto sugiro a leitura do DECRETO Nº 4214, DE 20 DE SETEMBRO DE 2004.
            O preço da tarifa é feito através de uma série de cálculos levando em consideração investimentos, custos e é claro, o lucro do empresário. O que é estranho é que se analisarmos o custo da passagem em outras capitais como Belém (R$ 2,20); Belo Horizonte  (De R$ 2 a R$ 2,80); Boa Vista  (R$ 2,25); Brasília (De R$ 1,50 a R$ 3,00, Plano Piloto); Fortaleza (R$ 2,20); São Luís (R$ 2,10); Teresina (R$ 2,10), entre muitas outras. Vemos que em sua maioria as cidades são bem maiores em tamanho e em população e mesmo assim, possuem uma tarifa menor que a de Cuiabá. E agora faço uma pergunta ao leitor: Qual o motivo para isso? Será que nestas cidades os empresários do transporte são filantrópicos e doam seu dinheiro para pagar o transporte do povo? Ou será que temos algum erro de cálculo? Menores distâncias com um custo maior, isso esta correto?
            Nesta segunda, dia 01 de julho, a MTU afirmou que se sancionadas as leis aprovadas pela câmara a tarifa teria que subir para R$ 3,41, pois a volta dos cobradores e a “expansão” do passe livre geraria grandes custos.
            Vamos recapitular agora os últimos acontecimentos do transporte coletivo. No ano passado a MTU retirou mais de 650 cobradores dos ônibus e substituiu por cerca de 250 monitores. Sendo assim, as empresas deixaram de arcar com o salario de cerca de 400 funcionários, ou seja, tendo uma redução dos custos. A agora a pergunta! A tarifa diminui? Não, mesmo tendo redução nos gastos a tarifa sofreu reajuste de 20 centavos. É preciso deixar claro ao leitor que os 10 centavos que foram reduzidos recentemente foi em virtude da redução de impostos realizada pelo governo federal, sendo assim, ainda estamos pagando o reajuste que tivemos no final do ano passado. Quando os cobradores foram retirados dos ônibus a passagem subiu e agora para eles voltarem querem que ela suba mais ainda. Acho que essa matemática não está batendo!
            Mas e as mudanças em relação ao passe livre? Para início de conversa o passe é livre, mas é pago com os nossos impostos pela prefeitura, sendo assim, não mexe no valor da passagem. Basta analisar que em outras cidades existe a meia passagem e que nestas cidades a prefeitura não custeia nada ou quase nada, ou seja, ampliar os horários e garantir o passe a todos os estudantes não gera custos ao usuário.
A ampliação dos horários relativos ao passe livre permite que estes estudantes possam ficar na instituição de ensino praticando esporte, realizando atividades culturais, entre muitas outras que auxiliam na formação complementar. Isso não ampliará os custos para a prefeitura já que o passe era pago do mesmo jeito com restrição de horários. A diferença é que agora estes estudantes vão poder ficar o dia todo na escola e tendo a garantia que terão um passe na hora de ir embora.
            A ampliação do horário de integração também não gera mais gastos, já que esta medida esta sendo feita em virtude da lentidão que ficou o transito de Cuiabá devido às obras da copa. Isso garantirá ao cidadão o tempo necessário para realizar a troca de ônibus.
            E ficam algumas perguntas aos leitores: Por que Cuiabá tem uma das tarifas mais caras do país e possui uma das piores estruturas de transporte? Por que os empresários não reduziram a tarifa quando tiveram seus custos reduzidos? Por que os reajustes em Cuiabá são maiores que nas outras capitais? Para mim a resposta é simples, precisamos de uma CPI urgente para apurar para onde está indo o dinheiro da nossa passagem de ônibus.

Um comentário:

  1. é uma vergonha, só quero ver o Mauro Mendes, nas próxima eleições, falando com a maior cara de pau...

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