terça-feira, 26 de novembro de 2013

UFMT, uma matemática quase exata!

            O ano de 2013 está sendo marcados por inúmeras manifestações movimentações estudantis na UFMT. Em Março deste a comunidade acadêmica vivenciou um intenso debate sobre as políticas de assistência estudantil da universidade devido a reitoria anunciar o fechamento de 5 casas de estudantes. Após varias tentativas de dialogo os estudantes foram às ruas no dia 6 de Março em uma manifestação pacifica que acabou de forma trágica com diversos estudantes saindo feridos após ação truculenta da polícia.
                A luta por assistência estudantil prosseguiu com uma ocupação da reitoria que durou mais de duas semanas. Um dos pontos questionados pelos estudantes eram os dados apresentados pela administração superior referente a quantidade de estudantes assistidos pelas politicas da UFMT. Na época em nota a universidade informou que: “O número de estudantes assistidos na UFMT, nos últimos quatro anos, saltou de menos de 7% para 50% em todos os seus programas”.  Os moradores então questionam a veracidade dos dados e inclusive convidaram a reitoria a debater o assunto em uma audiência publica convocada pelo movimento de ocupação da reitoria, contudo ninguém da universidade compareceu. Após muito debate a universidade e os estudantes chegaram a um acordo. Mas acredito que ficou a duvida para muitos mato-grossenses: Quais dados estavam certos? Os apresentados pelos estudantes ou pela reitoria?
                De Março a Novembro muitos outros debates envolvendo a UFMT surgiram na mídia, tendo destaque para as denuncias de perseguição política apresentadas por integrantes do Diretório Central dos Estudantes. A última polêmica envolvendo a universidade se refere à discussão sobre o modelo de gestão do Restaurante Universitário (RU). Em virtude de alguns destes debates recentemente a UFMT divulgou uma CARTA ABERTA À COMUNIDADE, onde consta que: “Quando assumimos a reitoria, em 2008, apenas 7% dos estudantes recebiam algum tipo de auxílio ou bolsa. Em 2013, 35% dos nossos estudantes têm acesso a algum tipo de benefício”.
                Alguém mais notou uma divergência significativa entre os dados?  Na época da dos manifestos protagonizados pelos moradores das casas de estudantes, muitos dos dados da UFMT foram questionados e agora fica claro para a sociedade que as informações divulgadas pelas UFMT estavam equivocadas. Outra alternativa é que de Março deste ano a Novembro ouve uma redução de 15% dos estudantes que têm acesso a algum tipo de benefício na UFMT.
                Deixo a cada um dos leitos para que tirem as conclusões sobre este assunto, mas é importante refletir que muitas vezes as informações passadas a população em muitos órgãos públicos não são a realidade. E muitas vezes um estudante, um cidadão ou se não a sociedade sai prejudicada por não ter clareza sobre as políticas desenvolvidas com o dinheiro público. Precisamos de transparência e de dados coesos, isso pode evitar muitas vezes evitar transtornos ou até mesmo tragédias.

Veja as notas da UFMT: 
http://www.ufmt.br/ufmt/site/noticia/visualizar/10031/Cuiaba


http://www.ufmt.br/ufmt/site/userfiles/editais/2ef4a896d90d3860c023a725998b5b4d.pdf






Geração coca-cola, a primeira geração da democracia Brasileira!

                Ao longo dos últimos meses tenho visto na internet vários movimentos exaltando a ditadura militar no Brasil e alguns mais radicais pedindo a volta dos militares. Vamos refletir um pouco sobre os nossos últimos 80 anos de Brasil e relacionando com a conjuntura econômica e social nos demais países do mundo.
                Antes de qualquer coisa é necessário ressaltar que o Brasil teve poucos períodos de democracia plena e hoje estamos no maior período democrático da história. Em 1985 a democracia começa a ser reestabelecida e em 1988 se firma através da constituição de nosso país. É preciso dizer que até hoje estamos implementando mecanismos para fazer a constituição funcionar de forma plena e isso precisa ser compreendido como um processo de construção continua.
                O Brasil sempre foi um país com pouca tradição democrática, desde o Brasil imperial onde foi implementada uma constituição com 4 poderes sendo o legislativo, executivo, judiciário e o poder moderador. Mais tarde em 1889 passamos a ser uma república, a chamada república do café com leite (Minas Gerais e São Paulo) nesta época o poder estava na mão das oligarquias regionais, em resumo os coronéis decidiam quem era eleito ou não, mandava o famoso voto de cabresto.
                A revolução de 1930 comanda por Getúlio Vargas, impediu a posse de Júlio Prestes e deu inicio ao chamado estado novo. O governo de Getúlio teve três fases: Governo provisório (30 a 34), Governo Constituinte (34 a 37) e uma ultima fase regime totalitário (37 a 45). E em 1945 se estabeleceu o primeiro regime democrático de fato no Brasil que durará até 1964. Nesta época para se votar era necessário 21 anos, quanto hoje com 16 já se tem o direito a voto, por isso digo que minha geração (nasci em 1990) é a primeira geração da democracia, ou seja, que nasceu em um democracia cresceu nela, e que agora tem direito a decidir quem será eleito e quais serão as políticas implementadas no nosso país.
                De 1930 para frente o país passa a ter três tendências politicas principais: liberal, trabalhista e comunista. E passamos a ter uma polarização mais forte, representada de um lado pelo trabalhismo do PTB de Getúlio Vargas com suas reformas trabalhista e de outro pelos partidos de direita. Este cenário tem também uma forte influência da politica externa, marcada pela polarização no pós-segunda guerra entre a URSS e os EUA. Esta polarização teve uma forte influência no Brasil refletindo no golpe de 64. Contudo esta não foi a primeira tentativa protagonizada pelo eixo liberal no Brasil de implementar uma ditadura militar, em 61 com a renuncia do Jânio Quadros ocorreu um movimento para impedir a posse de João Goulart, esse movimento foi Liderado na época pelo então Governador Leonel Brizola e garantiu a posse do presidente João Goulart que presidiu o Brasil até o Golpe de 64.
                Importante dizer que nesta época se votava em presidente e vice separadamente, ou seja, não era a mesma concepção de governo de aliança existente hoje. João Goulart representava uma mudança na política Brasileira e no eixo de aliança de nosso país. Com políticas que se aproximavam mais da proposta ideológica dos URSS do que com o pregado pelos EUA. O Golpe de 64 veio na tentativa de evitar as reformas sociais defendidas pelo presidente.
                O regime militar veio, e durou mais de 20 anos, até ser restabelecida a democracia. Na época do regime não se podia discutir políticas e não se tinha liberdade. Talvez se a tivéssemos, poderíamos ter evitado o sucateamento das ferrovias Brasileiras, ter criado politicas melhores para educação, saúde, saneamento básico entre muitas outras áreas. E teríamos uma democracia de 68 anos com mecanismos de funcionamento bem desenvolvidos.
                O regime militar não foi bom para o país, pelo contrario, impediu mudanças sociais de acontecer, tirou o direito de decidir do povo, e ao final largou o país em um caos econômico que teve seu ápice durante a presidência de Sarney. Durante a ditadura a corrupção existia no Brasil e as diferenças sociais também estavam presentes, o acesso à educação era precário, com poucas pessoas conseguindo ter acesso à formação. E pior não se tinha direito a questionar as politicas implementadas e a forma de governo. A ditadura não salvou e nunca vai salvar país nenhum.
                Durante este ano de 2013 a população esteve nas ruas cobrando uma serie de mudanças no Brasil, para garantir nossos direitos básicos e melhorar nosso sistema político. Este foi uma das movimentações sociais que mostrou e se organizou para garantir algumas mudanças necessárias para diminuir a corrupção, gerando penas mais severas, cobrando mais transparência entre outras coisas.
                Nossa democracia saiu dos anos de adolescência e agora está em sua juventude e em mais alguns anos alcançara a maturidade, cabe a nós fazermos nosso papel no dia a dia em nossa cidade, estado e país. Mudando desde pequenas coisas ao nosso redor como também grandes coisas de nossa nação. Discutir política tem que ser cotidiano da mesma forma como se fala de futebol e novela. Não se deve simplesmente se discutir os rumos de nossa cidade de 4 em 4 anos.
                Para finalizar digo que não acredito em salvador da pátria, ou seja, não adianta esperar um herói para salvar o Brasil. A única forma de termos um país descente e termos uma população consciente e participativa que acompanhe as decisões tomadas pelos governantes da mesmo forma que acompanha o campeonato Brasileiro e a Novela ou o BBB. Temos que saber em quem votar, mas não só isso não resolve, temos que acompanhar as posições de vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e da presidência da república independente de você ter votado ou não na pessoa, pois todos são nossos representantes e estão lá para construir políticas para nós.

                Vamos todos construir a política que queremos para nossa nação e fazer com que nossa democracia se amadureça a cada dia!