Cuiabá já foi conhecida como
cidade verde, mas será que ainda pode ser chamada assim? Neste artigo abordarei
um pouco sobre a importância das arvores e dos rios para o controle climático
local, o chamado microclima. Para que esse tema seja discutido precisamos
também conversar um pouco sobre plano diretor, cartas geotécnicas e políticas
de uso e ocupação do solo.
Pois
bem, vamos começar pelas arvores! Quantas foram arrancadas nas últimas décadas
em prol de uma “cidade moderna”? Com certeza muitas. O efeito dessa ação
irresponsável é a piora da qualidade de vida de toda população, visto que sem
as arvores temos uma cidade com um ambiente no mínimo mais quente, além dos
prejuízos que ocorrem em relação à qualidade do ar e em relação infiltração de
água no solo.
A canalização de córregos também possui um
efeito muito negativo no controle climático local, visto que a lâmina de água
dos rios realiza troca térmica com o ar, e, desta forma, auxilia na redução da
temperatura de uma microrregião.
Os exemplos de
obras que reduziram o número de arvores de nossa cidade ou/e canalizaram
córregos são muitos. Será que os gestores públicos não se importam com a nossa
qualidade de vida? Será que querem deixar Cuiabá ainda menos verde e mais
calorosa? Em época de eleição essa, com certeza, é uma pergunta pertinente.
Em minha
formação como geólogo, aprendi a importância do planejamento do uso e ocupação
do solo, a função de uma carta geotécnica, a importância dos estudos técnicos na
definição de obras pública e a elaboração planos diretores. Esses estudos
permitem as gestões públicas realizarem obras com qualidade, garantindo um
desenvolvimento urbano adequado e melhore a qualidade de vida de nossa
população. Se isso não for realizado, conviveremos cada vez mais com obras
faraônicas minadas de defeitos e que prejudicam a todos nós. Precisamos de
cidades pensadas para as pessoas!