segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

A educação dos jovens e o cenário mundial

Recentemente abordei em um artigo sobre “A juventude de hoje e o Brasil de 2050! Como será o futuro?”. Hoje continuarei essa temática dando enfoque a alguns fatores que são capazes de criar as condições básicas para o desenvolvimento social e humano de nossa juventude.
Segundo dados do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA) em 2014 cerca de nove em cada dez pessoas com idade entre 10 e 24 anos vivem em países menos desenvolvidos. A população jovem são 1,8 bilhões de pessoas, um número até então sem precedentes na historia da evolução humana. Esse grande contingente de jovens pode representar para os países um Bônus Demográfico, esse bônus trás com ele grandes desafios e grandes oportunidades.
O Bônus demográfico é uma oportunidade de desenvolvimento social e econômico, segundo o UNFPA para que isso ocorra os países precisam investir: 1) no capital humano dos jovens; 2) expandir o acesso à contracepção; 3) aumentar as oportunidades de emprego; e 4) melhorar o acesso ao sistema financeiro.
O início deste percurso passa necessariamente pela garantia de uma educação de qualidade e com isso ampliar as oportunidades de desenvolvimento humano dos jovens. O efeito deste processo todo leva a uma transformação social com a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.
O Grande problema desta história é que no Brasil estamos perdendo, ou melhor, já perdemos a oportunidade de utilizar esse bônus demográfico para de fato iniciar um processo de desenvolvimento no país que seja capaz de criar musculatura para enfrentar os grandes problemas sociais e estruturais da nossa nação.
Como resultado disso tem uma geração que ainda tem dificuldades em ter acesso a um curso superior ou técnico. Ainda se tem uma luta muito grande para se conseguir uma vaga em um curso. No país como um todo o domínio de outros idiomas ainda é um desafio. Toda vez que um jovem não consegue dar continuidades em sua formação o país perde, pois deixa de qualificar e de dar oportunidades para um de seus cidadãos.
Deixo aqui bem claro que sou defensor de uma educação de qualidade e que a expansão deste sistema educacional tem que estar obrigatoriamente ligado a garantia da qualidade do ensino.
Já a geração de oportunidades de emprego precisa estar associada a uma série de políticas planejadas que tenham ligação com um plano de desenvolvimento para o país. Precisamos compreender que no mundo do século XXI é necessário que o Brasil seja inovador e que tenha as condições de desenvolvimento de tecnologias e patentes.
Por fim, a juventude precisa ter acesso ao crédito, precisam ter condições de criar seus empreendimentos. Neste ponto cabe destacar que em nosso país todos nós somos quase assaltados devido aos autos juros cobrados por bancos. A realidade para os jovens não é diferente, e às vezes é ainda pior, pois sem rendas bem estabelecidas por muitas vezes acabam caindo em armadilhas financeiras.

Mas o que estes tópicos têm a ver com o cenário mundial? Nossos jovens estão concorrendo pelas mesmas oportunidades com bilhões de outros jovens que estão em seus países tendo acesso a educação, a políticas de planejamento familiar, a empregos e crédito a baixo custo. Em alguns casos os jovens vêm de outras nações em busca de oportunidades que existem no nosso país. Mas e como ficará a nossa juventude? Com todas essas dificuldades como poderemos construir um país com melhores condições de vida para quando nós estivermos na melhor idade? 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A juventude de hoje e o Brasil de 2050! Como será o futuro?

              Nos últimos anos tive a oportunidade de ministrar algumas palestras para o público jovem, um tópico que sempre abordei foi o futuro que temos desenhado para a nossa geração. O Brasil passa desde o final da década de 80 por um processo que se chama inversão da pirâmide populacional, este fenômeno que já ocorreu em diversos outros países representa o envelhecimento da população. O que isso tem a ver com a juventude de hoje?
           Pois bem, nasci em 1990 e a geração que faço parte tem grandes desafios pela frente. Em 2050, nós que fazemos parte da maior geração de jovens do Brasil seremos a maior geração de idosos que o país já teve, ou seja, seremos a maior geração de aposentados. Ou não! Em 2016 o rombo da previdência social está em R$ 88,9 bilhões de reais, isso significa que mesmo hoje onde temos muitas pessoas contribuindo para a previdência os valores arrecadados são insuficientes para cobrir os benefícios pagos. Se hoje está assim, imagina como estará em 2050?
              Esse cenário se torna ainda mais crítico se relacionarmos o envelhecimento da população com vários problemas existentes no Brasil hoje. A educação do Brasil tem muito que melhorar, em um ranking divulgado em 2015 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o Brasil ficou na 60° posição entre 76 países. Em 2013 o Brasil ainda registrava 13 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, ainda temos crianças que não possuem acesso à educação. Quais as possibilidades de emprego que os jovens que nem se quer tiveram acesso à educação terá durante a vida? Com certeza não serão as melhores visto que cada vez mais se exige preparo para se ter acesso a bons empregos. No mundo de hoje os jovens não disputam mais empregos somente com as pessoas de seu bairro ou sua cidade, as grandes empresas buscam hoje profissionais em outros estados e países. Com isso a concorrência e a necessidade de se preparar ficaram ainda maiores, e esse cenário não deve mudar nas próximas décadas.
           Para completar, as cidades brasileiras não vêm apresentando grandes avanços em relação à mobilidade urbana e ampliação da qualidade de vida para a melhor idade. O que deveria ser obrigação dos nossos governantes muitas vezes fica em segundo plano e as ruas, as calçadas, o transporte público entre outros, não oferecem as condições dignas de uso para os cidadãos.

        Para resumir, temos um país com uma grande deficiência educacional, jovens que tem dificuldades de acesso ao primeiro emprego, cidades que não oferecem estruturas para a melhor idade e um rombo crescente na previdência social. Como poderemos enfrentar estes problemas? Nas próximas semanas farei mais alguns artigos abordando este cenário. 


Pirâmide etária em 2015 segundo o IBGE

Projeção da pirâmide etária do Brasil em 2050 segundo o IBGE